IPCA – O que é e como afeta sua empresa?

Entra mês, sai mês e o IPCA invade as manchetes econômicas de sites especializados, jornais e telejornais. Mas você sabe o que significa esta sigla e como ela pode impactar os negócios da sua empresa? 

Caso você não conheça ou tenha uma vaga ideia sobre o significado do IPCA, não se preocupe. Apesar de ser uma sigla que está sempre em destaque na mídia, muita gente ainda se perde na sopa de letrinhas da economia brasileira e não dá a devida importância a este índice que regula a inflação. 

Por isso, neste artigo vamos explicar o que é o IPCA, como o índice é calculado e como ele pode afetar os rumos da economia e, consequentemente, do seu negócio. 

O que é o IPCA? 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, ou na sigla IPCA, é um dos principais indicadores brasileiros de inflação. Ele é medido mensalmente pelo Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, ligado ao IBGE. 

Segundo o site oficial, o IPCA mede a inflação de diversos produtos e serviços em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço, além de concessionárias de serviços públicos e de internet. 

Entre os itens pesquisados estão artigos como arroz e feijão, gastos envolvendo transporte, consultas médicas, mensalidades escolares, gastos com celular, entre outros. 

A pesquisa é realizada com foco em famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos, residentes em áreas urbanas, o que cobre cerca de 90% da população da área de abrangência do SNIPC. 

Como é calculado o IPCA? 

Como dito anteriormente, o IPCA é medido mensalmente. Ele leva em conta os preços da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). A POF avalia as estruturas e hábitos de consumo dos brasileiros, assim como os rendimentos e variação patrimonial das famílias. Com isso, é possível traçar um perfil das condições de vida dos brasileiros a partir da análise de orçamentos domésticos. 

Como o hábito de consumo das pessoas muda com o tempo, esta pesquisa é atualizada de tempos em tempos. Atualmente, é utilizada para as análises e cálculo do IPCA, a POF 2017-2018. 

Sempre que a POF é atualizada, o cálculo base para o IPCA também sofre mudanças. O objetivo é que o índice se aproxime ao máximo da realidade da população, garantindo a relevância do indicador. 

Para a realização do cálculo, são levados em conta preços de mais de 400 produtos, divididos entre 9 grupos de consumo. São levados em conta para o cálculo grupos como: Alimentação e Bebidas, Habitação, Artigos para Residência, Vestuário, Transportes, Saúde e Cuidados Pessoais, Despesas Pessoais, Educação e Comunicação. Cada um destes grupos possui pesos diferentes dentro do cálculo, já que são responsáveis por porcentagens diferentes do orçamento das famílias. 

Como as condições de vida no Brasil também mudam de região para região, o IPCA também leva em conta preços captados em regiões metropolitanas de 16 capitais do país, incluindo pesos diferentes, de acordo com a renda média das famílias nestas regiões. 

Porque o IPCA sobe ou desce? 

Basicamente, o IPCA é regulado pela lei da oferta e demanda do mercado. Quando existe mais gente querendo comprar um produto do que mercadorias disponíveis, os preços sobem. 

Dessa forma, o IPCA pode ser influenciado por diversos fatores, como o resultado de safras, a alta ou queda do dólar e outras moedas estrangeiras, mudanças em legislações, entre outros. 

Você deve lembrar no passado recente, por exemplo, a alta repentina no preço do kg arroz. Na época, como a exportação do grão era vantajosa para os agricultores, houve um desabastecimento no mercado nacional. Isso fez com que o preço do produto disparasse.  

Mas afinal, para que serve o IPCA? 

O IPCA é utilizado pelo Banco Central como o índice que mede oficialmente a inflação no Brasil. Sendo assim, o IPCA é um importante termômetro para que o Governo possa utilizar ferramentas para controlar a subida da inflação. A principal ferramenta é a famosa Selic, a taxa básica de juros da economia. 

Na prática, ao aumentar a Selic, ocorre uma desaceleração na economia, influenciando na redução da inflação. Ao baixá-la, o consumo é estimulado, aquecendo a economia e, consequentemente aumentando a inflação. 

Isso porque a Selic é utilizada para calcular a taxa de juros de empréstimos e financiamentos. Ao aumentar a taxa, alguns setores que dependem de vendas a longo prazo, como o imobiliário e automotivo, por exemplo, são fortemente impactados e, consequentemente, toda a economia. 

Como o IPCA pode afetar o seu negócio 

Como dito anteriormente, a subida ou redução do IPCA pode afetar a economia como um todo, e o seu negócio não está longe disso. Mas como o índice pode afetar diretamente o seu negócio? Abaixo, listamos alguns custos que podem ser impactados. 

1- Custos fixos 

Alguns dos custos fixos básicos do seu negócio podem ser afetados pelo aumento do IPCA. Isso porque o aumento nas contas de água, luz e telefone, por exemplo, estão diretamente atreladas ao índice que mede a inflação. 

Por isso, é importante ficar de olho no IPCA e criar também estratégias para reduzir custos da empresa. 

2- Empréstimos e financiamentos 

Como dito anteriormente, as taxas de juros de empréstimos e financiamentos estão diretamente atreladas ao IPCA. Por isso, se sua empresa você quer realizar algum investimento de longo prazo e pensa em buscar algum financiamento, é bom ficar de olho tanto no IPCA quanto na Selic. 

3- Custos de fabricação e insumos 

Os custos com insumos para fabricação de produtos também podem ser impactados pelo IPCA. Como falamos anteriormente, existem diversos motivos para o aumento dos custos dos insumos e ficar de olho em notícias sobre o IPCA pode auxiliar a criar estratégias para driblar o aumento dos custos. 

4 – Vendas 

A inflação pode auxiliar as vendas da sua empresa. Um IPCA alto pode significar uma redução na demanda por produtos e serviços, impactando diretamente na receita do seu negócio. 

Como proteger sua empresa de aumentos da inflação? 

Não existe nada que possamos fazer para evitar aumentos repentinos no IPCA. Porém, é possível reduzir os impactos negativos na sua empesa. Para isso, é preciso fazer uma boa gestão financeira do seu negócio, negociar com fornecedores, reduzir custos, entre outras ações que podem auxiliar sua empresa a evitar crises. 

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Samuel M Basso

Mais de 16 anos de experiência na área de tecnologia da informação Samuel é um executivo de negócios de TI, empresário e professor. Tem uma grande experiência em análise e desenvolvimento de sistemas de gestão, marketing digital, consultor de micro e pequenas empresas.

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